sábado, 14 de novembro de 2009

Sobre a idéia do blog

Olá. Seja bem vindo!
Primeiro, quero falar um pouco sobre a idéia de fazer esse blog. Não é de hoje que ouço falar de blogs e nunca tive uma vontade real de fazer um. Porém, recentemente li um artigo de Guy Nadivi na revista Forbes entitulado “Why you shouldn´t hire a perfect job cadidate” (Porque você não deve contratar um candidato perfeito) e faço parte da mesma opinião do autor.

Como acredito que receber um parabéns faz bem (quando merecido, lógico) mandei um e-mail pro autor parabenizando-o e pedindo algumas dicas. Pra minha inteira surpresa ele respondeu e, dentre suas idéias: um blog sobre Engenharia de Alimentos no Brasil.

Assim, a idéia central desse blog é realmente divulgar um pouco sobre esse curso, esclarecer algumas coisas e quem sabe servir de ajuda pra aqueles que, como eu cinco anos atrás, estão prestando vestibular sem saber direito pra onde estão indo – no caso aqueles que pensam em prestar Engenharia de Alimentos. É lógico que vou falar do que vi, vivi, aprendi.

Antes de falar especificamente sobre tal área da Engenharia quero falar do texto que mencionei e que foi um dos pontos de partida para criação desse espaço. Acredito que TODOS os recrutadores deveriam ler essa espécie de desabafo de Guy Nadivi. Se você sabe inglês leia o texto original na revista Forbes on line (tem o link na lateral do blog), senão vou comentar os pontos mais importantes aqui.


O autor começa o seu texto contando uma historinha:
Em algum lugar dos Estados Unidos os conselheiros de uma igreja resolvem contratar um novo pastor para assumir o cargo. Inúmeros currículos são enviados, entrevistas são realizadas e nenhum dos candidatos é considerado perfeito. Já cansado com a perfeição exigida, um dos membros desse Conselho submeteu um currículo à análise com os feitos de um sacerdote (que passou por aqui uns 2000 anos atrás). Os conselheiros viram, analisaram, discutiram e chegaram a conclusão de que aquele candidato também não era perfeito ao cargo. Ou seja, nem Jesus era suficiente para ser pastor daquela igreja norte-americana.

E o mercado de trabalho está mais ou menos desse jeito aí: exigindo uma perfeição desses seres imperfeitos, chamados HUMANOS.

Guy Nadivi diz que participou de uma entrevista para assumir a vice-presidência de uma companhia e uma semana depois recebeu a ligação da pessoa do RH, que disse:

Guy, você é ótimo para a vaga, suas características encaixam perfeitamente em tudo, mas há um requisito que você não atende e infelizmente não podemos contratá-lo. E ele começa a falar sobre isso. Como que por não atender apenas um requisito e ser considerado ótimo em todos os outros ele não pode ser contratado? Perdemos a capacidade de aprender em algum lugar? Será que não é muito melhor contratar alguém com vontade de aprender e desejo de crescer do que alguém que seja perfeito para a vaga, mas acomodado? Será que o candidato perfeito não vai se sentir entediado? Será que essa vaga não será apenas um passo para ele alcançar outra que lhe exija e desafie mais?

Em seus comentários ainda diz: afinal o Titanic foi construído por experts e a Arca por amadores.

Talvez um ano atrás esse artigo não tivesse nada a ver comigo e com os meus pensamentos, mas hoje representam muito do que penso e mais do que isso, do que vivo. Desde agosto procurando estágio nessa área de Engenharia de Alimentos tenho sentido a dificuldade de ingressar no mercado de trabalho e isso é muito chato.


Estudando em Pirassununga, em uma universidade que exige bastante dedicação pra passar pelos cálculos, físicas, termodinâmica e etc. sem parar no meio do caminho, fica um pouco difícil pra grande parte dos alunos estagiarem durante o curso em alguma empresa. Primeiro, porque quase não existem empresas na cidade e micro-região, exigindo mais tempo do que temos para locomoção e realização das atividades de estagiário. Segundo, que na maioria dos casos, o estágio realizado desse jeito (longe) resulta em gastos que a bolsa não paga e em uma defasagem do aprendizado, seja por cansaço seja por faltas.

E agora, que estamos alcançando a melhor etapa pra realizarmos os estágios, vemos uma montanha de requisitos e a necessidade de perfeição. Nesses requisitos tenho visto uma palavrinha chata: experiência. Errrrrrr, isso é o que eu quero com um estágio, mas ainda não tenho.


Como sou otimista só tenho me candidatado a processos seletivos para empresas de alimentos. Assim, dentre esses grandes recrutadores me candidatei a três: Nestlé, (2008) Kraft (2009) e Danone (2009). Na Nestlé e Kraft fui até a dinâmica. Fase em que fui desclassificada. Agora, resta a Danone e por não saber quais os requisitos que me faltaram nos dois anteriores, vou com um pouco de pé atrás. Mas vou. Pelo menos, é outra empresa recrutadora e quem sabe, aceite um ser imperfeito assim, mas com uma vontade enorme de aprender, chamado Luiana.

Enquanto isso, fico por aqui falando de mim e da Engenharia de Alimentos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Prezada Luiana,
Também passei por essa mesma situação quando me formei. Se bem que em nossas áreas são bem diferentes. Vim pra SP com o intuito de trabalhar e estudar. Conforme ia passando-se os anos, eu ia aprendendo mais e mais sobre coisas na faculdade, mas chegou um tempo de colocar isso em prática. É aí que nos deparamos como o mundo cruel do mercado de trabalho. Cada vaga que via era impressionante os tanto de requisitos desejados, mas um deles era o pior: Experiência! Daí eu ficava me perguntando: Uai! Mas estágio num é pra isso?
Eu tinha força de vontade, desejo de aprender, disciplina, conhecimento teórico etc, mas essa tar de experiência! Por fim, com muito dedicação, perseverança e boa ânimo, consegui meu primeiro estágio e daí em diante foi dando continuidade. Hoje eu vejo uma corrida até desumana para se conseguir entrar num faculdade pública e depois, já lá dentro, conseguir terminá-la é outra batalha, e quando é chegado o grande dia, o dia da entrega do canudo, em que podemos nos considerar membros de uma elite da sociedade brasileira, já noutro, encarando a realidade, passamos a ser mais um nº nas estatísticas da falta de emprego, ou seja, um problema social. Ao meu ver o governo em geral (estadual e federal) até que tem gerado sim, muitas vaga para alunos através d novos campus. Mas e quando esse povo todo se formar. O mercado não consegue absorver todo mundo. A educação e de longe a maneira mais concreta de se melhorar as condições sociais e culturais de um país, mas atrelado a isso também, uma política econômica mais assistencial e não tão aristocrata como vemos até hoje em que só uma pequena parcela da população, detentora de grandes fortunas é que se beneficia da boa fase de crescimento do País.
A você, meus Parabéns pela iniciativa do Blog.
Espero que assim com o eu, outra pessoas compartilhem idéias aqui também. Temos que aproveitar todos os espaços que temos para expor nossos pensamentos.
Abs e fk c DEUS!

Anônimo disse...

Olá, Estou cursando Engenharia de alimentos e gostaria de saber se você conseguiu ingressar no mercado de trabalho e se usa plenamente os conhecimentos obtidos no curso!! Aguardo ansiosamente a resposta

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