sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Pra frente ou pra trás? Pra onde o mundo vai? Uma visão do mercado leiteiro norte-americano

Talvez vc pense: o que esse título tem a ver com esse blog? Luiana está luianando. Rsrs. Mas quem dera estivesse eu viajando no título. Essa foi a pergunta que irrompeu quando li um texto publicado essa semana no famoso jornal The New York Times, entitulado Vendas de leite cru podem revigorar as fazendas leiteiras dos EUA (Raw Milk Sales Could Reinvigorate U.S. Dairy Farms).

O texto fala sobre a crise no mercado leiteiro norte-americano, sobre o preço irrisório de $1,11 pago por galão (aproximadamente 4 litros) de leite pasteurizado, o que é 66 cents menos que em julho do ano passado. Até aí nada muito bom e nada muito novo também. O problema surge quando o leite não pasteurizado atinge valores de 5 a 7 dólares o galão
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Não há intermediários e as pessoas estão dispostas a pagar mais pelo leite cru e produtos relacionados, diz o presidente da Price Foundation (produtos orgânicos e leite não pasteurizado direto ao consumidor). Ainda diz que quanto pior fica a crise leiteira, mais e mais atrativo se torna o leite cru
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Nos absurdos citados ainda chegam a dizer que a pasteurização mata enzimas e bactérias benéficas que ajudam na digestão, além de diminuir as vitaminas e, que o consumo de leite cru diminui a incidência de cáries, infecções, alergias e asma. Lógico que referências não são citadas. E é óbvio que se compararmos o consumo de leite cru e o não consumo de leite realmente há a diminuição da incidência de cáries
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Um dos fundamentos do mercado é mostrado na frase de Cristianna Gibbs (esposa de um produtor): “Nós precisamos voltar ao básico. As pessoas querem saber de onde vem sua comida”.


Com certeza queremos saber de onde vem o nosso alimento, mas retroceder com argumentos de que no passado era assim e que a FDA permite a comercialização de queijos maturados feitos com leite cru me deixam inconformada
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São três páginas e a cada linha meu descrédito só aumentou. Cheguei a cogitar a interpretação do inglês, mas a cada novo argumento essa possibilidade ruía
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É lógico que os EUA possuem uma automação maior que o Brasil e isso pode até ser demonstrado na ordenha de seus rebanhos, mas nada que garanta a segurança alimentar de um leite não pasteurizado. E friso que isso não tem nada a ver com o consumo do leite tirado da vaquinha no quintal ou no sítio, isso tem a ver com vendas de leite não pasteurizado em mercados e mercearias.


Termino essa indignação dizendo que a frase mais sã que li foi a de John Sheehan (diretor da FDA – divisão de plantas e produtos lácteos) que diz que o leite não pasteurizado não deve ser consumido por ninguém, em nenhum momento por nenhuma razão. Essa frase me fez pensar que cinco anos de engenharia de alimentos não foram em vão. UFA
!

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